Câncer de Rim

O Carcinoma de Células Renais (CCR) contribui com cerca de 2 a 3% de todas as neoplasias viscerais, sendo responsável por cerca de 85% dos tumores malignos que atingem os rins de adultos. No Brasil, a incidência dessa neoplasia varia de 7 a 10 casos por 100.000 habitantes, nas áreas mais desenvolvidas. Este tumor ocorre mais comumente em faixas etárias mais avançadas, habitualmente da sexta a oitava décadas de vida, sendo mais comum em homens (uma relação de cerca de 2 a 3 para 1). Sua incidência vem crescendo nas últimas décadas provavelmente em razão da aplicação de melhores técnicas diagnósticas, com detecção mais frequente e em fases algo mais precoce.

O tabagismo é o mais proeminente fator de risco, dobrando a probabilidade de ocorrência de carcinoma de células renais em relação aos não-tabagistas e sendo responsável direto por cerca de um terço de todos os casos. A obesidade também é um fator de risco, particularmente em mulheres, nas quais existe uma relação linear entre o aumento do peso corporal e o aumento de risco de carcinoma de células renais (CCR). Outros fatores de risco associados ao desenvolvimento da doença incluem hipertensão arterial, terapia de reposição hormonal com estrogênios isolados (sem progestágenos), terapia dialítica crônica e exposição ocupacional a asbestos, cádmio, metais pesados e derivados do petróleo. A maioria dos CCR tem incidência esporádica, sem um padrão hereditário reconhecível.

O carcinoma de células renais tem sido conhecido há longa data como “tumor do internista”, pois em uma fase mais avançada ou metastática, diversos sintomas ser encontrados. Contudo, tumores pequenos e localizados raramente produzem sintomas.

Em estágios mais avançados podemos encontrar hematúria (sangue na urina), dor lombar ou nos flancos e até mesmo massa palpável no abdome.
Atualmente, aproximadamente 70% dos tumores são diagnosticados de forma incidental ao realizar exames de imagens por outro motivo, como a tomografia e ultrassonografia. Nestes casos, a identificação de lesão de aspecto sólido renal de qualquer tamanho ou até mesmos cistos complexos, devem chamar a atenção do médico e paciente para a grande probabilidade de tumor renal. Vale lembra que, nesta fase inicial, o paciente não apresenta sintomas.

Após a identificação de uma lesão suspeita, um exame mais detalhado de Urotomografia Contrastada ou Ressonância Magnética do Abdômem Total ( UroRNM), será solicitado para melhor avaliação. Em alguns casos a biópsia renal percutânea poderá ser indicada para melhor esclarecimento.

O determinante mais importante da sobrevida nos casos de CCR é a extensão anatômica do tumor, isto é, o estágio patológico. Pacientes com doença confinada ao rim, que é ressecada completamente, geralmente têm melhores prognósticos do que aqueles com envolvimento linfonodal (Gânglios) ou metástases (disseminação) à distância. Ou seja, ao ser retirada a lesão (nos casos de Nefrectomia Parcial) ou até mesmo o rim (Nefrectomia Total) o médico patologista irá avaliar o grau de invasão do tumor as outras estruturas próximas e até mesmo ao próprio rim.

O tratamento da doença localizada é realizado através da cirurgia, sendo a nefrectomia parcial ou total videolaparoscópica a técnica de escolha. Mais informações no tópico de “tratamento dos tumores renais”.

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